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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Amor (sexo)

Aulinha preparada a partir da caixa de perguntas... ficou meio incipiente, mas como começo gostei, acho que dá pra desenvolver.

1- Texto de apresentação:


Cupido e Venus - Lorenzo Lotto


Sobre a necessidade de um ótimo dicionário

Marco Aurélio Fabretti


Je t’aime, I Love you, amo você...  três línguas diferentes e querem dizer a mesma coisa. Mas afinal, o que é o amor? Dizem que o amor é cego, é fogo, é quente. Dizem que amar é entrega de si mesmo para outrem, e de outrem para si mesmo. Que o amor é se perder num desvario encontrado sob medida, em bocas e toques. Os mais poéticos dizem que amor não se define, que se continuamos neste movimento esdrúxulo delineando suas formas é porque de fato nunca amamos. Porque amar seria sentir, e nem todos os poetas do mundo poderiam alcançar aquilo que sentimos ao dizer que amamos – ou será que poderiam, e por isso seriam poetas? Assumir que certas coisas são indefiníveis é o passo mais curto para que de alguma forma se as defina, e aí Drummond com seu pequeno Amor e Seu Tempo. Mas deixemos de lado a natureza da poesia, ainda não sei se sabemos o que é o tal do amor.

domingo, 3 de abril de 2011

Estudante de filosofia tentando se definir* :p

* aproveitando as memórias do Elenilton, vai um textinho da época de faculdade. 

Cadê? Cadê a verdade, o verossímil, o animado? A mentira é parada, o estático finge a realidade. Finge de verdade. Porque limitamos as coisas não as possuímos, não seremos jamais as coisas. Sou o que admito não estar fora de minha consciência – mas quem deu o estatuto de norma à consciência? Se ser define Deus, me define também. Mas não sou somente, sou algo. A impossibilidade de falar o que sou não implica que eu somente seja, apesar de que qualquer coisa que seja dependa de, invariavelmente, da minha condição de ser. Em que me preenchem definições? Sou no mundo, e por isso sou enquanto relacionado com o mundo. Homem, defina-se; racional; defina-se. Mas que não se esqueça de que sou social, e daí uma Política, e daí uma linguagem, e daí um bem agir referente a mim, mas não fora do contexto do outro. Minha consciência de mim me define como estando em mim, e só tenho essa noção devido ao que está fora, onde não me reconheço. Mas como dependo das coisas para ser essa consciência egoísta! Como me livro do outro para me afirmar ser quando o sentido de ser está tão intrinsecamente ligado ao que está fora de mim!
Qualquer predicação ao meu ser supõe um outro, mesmo que imaginário, que complete minha incompletude de predicado. Qualquer predicação do meu ser me lembra que sou em relação a algo, e por isso dependente. E isso não se rompe no tempo: a relação é contínua. Tudo começa pelo próprio eu: algo que me limita na existência do mundo como ser separado desse mundo, e portanto dependente desse mundo para ter sentido. O livre seria ser somente: poder afirmar “SOU!”, e por mera possibilidade teórica, pois o somente ser não seria um ser que age – no caso afirma nada. Desse ser não teria-se notícia, pois nenhuma ação teria. Seria imóvel, enquanto completo. E nunca poderíamos ser plenos enquanto pensássemos, pois pensaríamos sobre algo e em relação deixaríamos de ser plenos, ser somente. 
            Mas não sou livre. Tenho o outro. E vocês também têm. Bobeira de Deus! Na nossa imperfeição somos perfeitos, na nossa incompletude nos completamos. O tempo eterno, se há, faz parte da minha existência... Será que a superação do indivíduo através da derrubada de alienações demora muito? O bobeira!!! De qualquer forma, temos uns aos outros. É nisso que prefiro acreditar. E vocês? Acreditam em quê? Só não me digam que acreditam demais em vocês.