Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Amor (sexo)

Aulinha preparada a partir da caixa de perguntas... ficou meio incipiente, mas como começo gostei, acho que dá pra desenvolver.

1- Texto de apresentação:


Cupido e Venus - Lorenzo Lotto


Sobre a necessidade de um ótimo dicionário

Marco Aurélio Fabretti


Je t’aime, I Love you, amo você...  três línguas diferentes e querem dizer a mesma coisa. Mas afinal, o que é o amor? Dizem que o amor é cego, é fogo, é quente. Dizem que amar é entrega de si mesmo para outrem, e de outrem para si mesmo. Que o amor é se perder num desvario encontrado sob medida, em bocas e toques. Os mais poéticos dizem que amor não se define, que se continuamos neste movimento esdrúxulo delineando suas formas é porque de fato nunca amamos. Porque amar seria sentir, e nem todos os poetas do mundo poderiam alcançar aquilo que sentimos ao dizer que amamos – ou será que poderiam, e por isso seriam poetas? Assumir que certas coisas são indefiníveis é o passo mais curto para que de alguma forma se as defina, e aí Drummond com seu pequeno Amor e Seu Tempo. Mas deixemos de lado a natureza da poesia, ainda não sei se sabemos o que é o tal do amor.
Há aqueles que afirmam categoricamente que o sexo é a forma suprema do amor, mas me pergunto se de fato todos que transam chegam a amar. Não sei, confesso. A Rita Lee aí ao lado discorda, é só ler a letrinha. Ficaria tentado, sem sinônimos forçados, a aceitar a relação próxima que a cantora suavemente propõe: amor sem sexo é amizade, sexo sem amor... é vontade! Falamos, falamos, falamos, e nada de chegar a uma definição de amor... complicado! “O que ele é” é difícil, “como é” também, e se me perguntarem o “porquê” de alguém amar, daí sim é que ficaria devendo o salário e mais um pouco. Afinal, vai tentar explicar o porquê de alguém em sã consciência achar válido mandar flores, cartões ou bombons, tudo esperando somente um olhar de retribuição; morar junto, então, é assumir escancaradamente certo grau de loucura: dividir cama, mesa e banho, gosto, músicas e mães – se chegar até aí, interna!
Já o sexo é mais fácil, dito no dito, ele é o que é. Não tem muito segredo, diferentemente do que imaginávamos na adolescência. Ou até esteja usando os termos errados, ele tem segredo sim, pois sem segredo, sem o escondido, sem o misterioso, o sexo vira um saco, algo explícito demais, na cara demais, vulgar demais. Mas no máximo, o segredo fica no “como fazer”, pois o que ele é e porque gostamos dele são claros como o Sol. Se o amor precisaria de uma enciclopédia para ser definido, o sexo precisa só de um retorno ao instinto. O fato é que, talvez, os dicionários não consigam abarcar ainda todos os significados de amar. Procuremos por nós mesmos então!

 2 - Música para problematização e contextualização:

 3 - Documentário (via youtube) sobre o instinto sexual:

 4 - Curta-metragem Amor!, onde diferentes visões sobre o dito cujo são apresentadas. Infelizmente, com uns atrasos que rolaram, não deu para passá-lo. Mas a gente acaba semana que vem, se houver mídia disponível. 



5 - Textos de apoio: Soneto do Maior Amor, Vinicius de Moraes; Amor e Seu Tempo, Drummond:

Amor e Seu Tempo

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.



Nenhum comentário: